Dilma ignora os evangélicos!






Recentemente, a presidente Dilma se reuniu com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) da igreja católica e com vários seguimentos da sociedade, incluindo o Movimento Passe Livre e a OAB. Por ter ignorado completamente a comunidade evangélica, o pastor Silas Malafaia ficou aparentemente muito incomodado e surpreso. Não é nenhuma novidade que o PT está declaradamente contra a igreja evangélica. O que me espanta nesse episódio é a reação do pastor Silas. É sabido que a onda de protestos recentes ocorridos no país não contou com a simpatia de quase nenhum líder evangélico de expressão. A maioria se posicionou contra, mesmo sabendo que os atos de violência foram reprovados por quase todos os manifestantes. Logo, por que então a presidente convidaria os evangélicos para uma reunião dessa natureza? Se o assunto em questão fosse casamento gay, aborto, liberdade de expressão e liberdade religiosa, talvez a presidente convidasse os crentes, mas para assuntos como combate à corrupção, uso correto dos impostos, transparência, etc. não precisa convidar!

Normalmente, a igreja evangélica brasileira só participa de alguma manifestação pacífica que lhe garanta benefícios diretos explícitos. Se o objetivo do protesto beneficiar diretamente o povo brasileiro, mas não garantir nenhuma vantagem significativa para a igreja, então a igreja não se envolve. Se os protestos nas ruas fossem contra o casamento gay e aborto, então a liderança evangélica aprovaria, mas como é contra a corrupção e a favor da transparência, então os líderes crentes reprovam. Portanto, Dilma não se sente na obrigação de ouvir o que a igreja tem a dizer.

Infelizmente, no meio cristão a alienação é tida como algo benéfico e espiritual e as pessoas não são incentivadas a se informarem. Entre os evangélicos há um quase completo desestimulo por uma formação acadêmica de qualidade. Parece que o temor dos políticos de ter uma nação inteligente capaz de questioná-los é o mesmo de muitos líderes cristãos. Imagina só se a igreja entra na onda dos protestos e começa a exigir que seus líderes tenham transparência (no uso do dinheiro e nas decisões), combatam a corrupção e o nepotismo, não sejam arbitrários nem intolerantes, não manipulem a Bíblia e nem informações sobre fatos, etc. Particularmente acredito que os líderes evangélicos não estão preocupados com uma possível violação de princípios bíblicos nos protestos que tomaram conta do país. Creio que o maior temor deles é que as mesmas exigências que estão sendo feitas nos protestos sejam feitas na igreja!


Um abraço a todos.

Marconi BS Costa

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