Considerações sobre a quarentena



        Ao contrário de muitas pessoas que afirmam sairão melhores da quarentena do que quando entraram nela, esse não é o meu caso. Estou me sentindo sufocado, aprisionado, enjaulado, escravizado dentro da minha própria casa. Embora entenda a necessidade de não contribuir com a proliferação do vírus aderindo à quarentena, os efeitos desta são indiscutíveis.
        Observo com muita apreensão a tirania visível no comportamento de muitos prefeitos e governadores e a insensibilidade destes com as classes mais vulneráveis. Há milhões de brasileiros que trabalham hoje para garantir o alimento de amanhã. É preocupante a perda de liberdades individuais, o monitoramento dos celulares, a prisão de cidadãos idôneos, a liberação de criminosos de alta periculosidade, o gasto de bilhões de reais sem licitação e fiscalização, a manipulação de dados referentes ao número de mortos e contaminados com a covid-19 etc.
        A impressão é que estamos saboreando uma amostra grátis do comunismo/socialismo, e o gosto é horrível. Não estou desprezando a letalidade do vírus e nem ignorando os enormes danos por ele causados, o que me espanta e desanima é a falta de transparência dos gestores públicos e o aproveitamento desse momento para fazer política. Nas demais nações do mundo a luta dos governos é contra o vírus, enquanto no Brasil o governo precisa vencer o vírus, a imprensa, o STF, o congresso nacional, prefeitos, governadores etc. É totalmente legítima qualquer crítica e oposição ao atual governo federal, contudo, este não é o momento de fazer campanha.
        Neste cenário tão delicado todos os brasileiros precisam se unir contra o vírus e em favor da economia. Os efeitos colaterais do medicamento e do remédio não podem ser maiores que os da própria doença. Após vencida essa guerra, prefeitos e governadores podem fazer campanha à vontade e derramar suas avalanches de críticas sobre o governo, porém, na conjuntura atual isso é um erro infantil.
        O Brasil vive hoje (04/05/2020) três grandes crises: na saúde, na economia e na política. Acrescentar uma crise nesse estado de coisas não é só burrice, é desonestidade, estupidez e mau caratismo. Em circunstâncias tão delicadas, há mais de 30 pedidos de impeachment protocolados no congresso nacional contra o presidente. Enquanto isso, o país padece com os efeitos da pandemia. Já imaginou um processo de impeachment nesse contexto? É como usar gasolina pra apagar um incêndio.
        As inúmeras tentativas de desestabilizar o governo durante a pandemia deixa claro que o compromisso desses indivíduos não é com a nação e sim com seus interesses pessoais privados. O detalhe que eles esquecem é: o Brasil é muito maior e mais importante que suas ambições pessoais.
        Oremos e clamemos pela compaixão, intervenção, graça e misericórdia do nosso Pai celestial em favor do Brasil. O que o presidente e o povo estão enfrentando é muito maior do que eles, e somente Deus poderá socorrer o nosso país e salvá-lo dessa conjuntura. O Senhor é mestre supremo em transformar maldição em bênção. Se Deus quiser, Ele mudará esse contexto em nosso favor.
        Um abraço a todos.
       
Marconi

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